Independência para poucos e exclusão para muitos, qual a importância do 7 de setembro? O Grito dos/as Excluídos/as é a voz da classe trabalhadora unificada.
Sete de setembro de 2012, Rio de Janeiro. Logo nas primeiras horas da manhã da sexta-feira, diversos militares das foças armadas se preparavam para desfilar pela Avenida Presidente Vargas, no Centro, para comemorar a data cívica que marca a Independência do Brasil. Em paralelo aos quase 3 km de homens, mulheres e jovens fardados, militantes de diversos movimentos sociais, ong’s, organizações populares e partidos políticos de esquerda se concentravam para dar início a outro evento importante que ocorre na mesma data.
Organizado através da Plenária dos Movimentos Sociais, o 18º Grito dos/as Excluídos/as reuniu cerca de 1.500 pessoas em um ato de proporção nacional. Além da capital carioca, em outras cidades do país, a sociedade foi para as ruas denunciar a omissão do Estado brasileiro com a classe trabalhadora e seu papel de submissão ao capital estrangeiro. Com o lema Queremos um Estado a serviço da Nação, que garanta Direitos a toda a População, os excluídos e as excluídas pelo atual sistema opressor e dominante, questionaram para quem o país é realmente “independente”.
Na cidade mundial das próximas Olimpíadas e cenário da final da Copa de 2014, o Rio de Janeiro tornou-se objeto de cobiça do capital privado. De olho nos “investimentos” o Governo Federal, e, sobretudo, o executivo Estadual e Municipal, tem passado por cima do interesse do povo carioca. São políticas de remoções forçadas, militarização das favelas, choque de ordem, omissão do poder público com uma grande parcela da população que historicamente, sempre foi excluída dos benefícios da cidade maravilhosa, e que agora, está sendo ameaçada de sua própria existência.
Além de privar os trabalhadores de seu direito pela moradia, muitos estão sendo impedidos também de trabalhar para garantir o sustento de sua família, a exemplo dos diversos pescadores e pescadoras artesanais das Baías de Guanabara e de Sepetiba, ambas com suas extensões abarrotadas de empresas multinacionais e transnacionais, que se impõe como donas de um bem comum e que são subsidiadas pelo poder público.
Com o seu caráter denunciativo, o Grito do/as Excluídas surgiu entre os anos de 1993 e 1994, se consolida como uma das principais manifestações no calendário de luta e resistência dos movimentos sociais do Brasil, que traz o grito da população por um novo modelo de sociedade onde o papel do Estado seja social, verdadeiramente democrático e que garanta a soberania popular.
Setembro 10, 2012
Publicado en memorialatina.net
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